MÉDIUM – do lat.
medium, meio, intermediário. Pessoa acessível à influência dos Espíritos e mais ou menos dotada da faculdade de receber e transmitir suas comunicações. Para os Espíritos o médium é um intermediário; é um agente ou instrumento mais ou menos cômodo, conforme a natureza ou o grau da faculdade mediatriz. Essa faculdade é devida a uma disposição orgânica especial, susceptível de desenvolvimento. Distinguem-se diversas variedades de médiuns, conforme sua aptidão particular para este ou aquele modo de transmissão, ou tal ou qual gênero de comunicação.
Médiuns de influência física, os que têm o poder de provocar manifestações ostensivas. Compreendem as seguintes variedades:
médiuns motores, que provocam movimento e deslocamento de objetos;
médiuns tiptólogos, os que provocam ruídos e golpes vibrados;
médiuns de aparição, os que provocam aparições. (Vide
Aparição).
Entre os médiuns de influência física distinguem-se: os
médiuns facultativos, isto é, que têm o poder de provocar os fenômenos por um ato da vontade, e os
médiuns naturais, os que produzem espontaneamente e sem qualquer participação da vontade.
Médiuns de influência moral, os que são mais especialmente aptos a receber e transmitir as comunicações inteligentes. Conforme sua aptidão especial, distinguem-se em:
médiuns de pressentimentos, pessoas que, em certas circunstâncias, têm uma vaga intuição das coisas futuras;
médiuns desenhistas, os que desenham sob a influência dos Espíritos;
médiuns escreventes ou
psicógrafos, os que têm a faculdade de escrever sob a influência dos Espíritos. (Vide
Psicografia);
médiuns excitadores, os que têm o poder de desenvolver nos outros, pela sua vontade, a faculdade de escrever, sejam ou não médiuns escreventes
[1];
médiuns falantes ou
parlantes, os que transmitem pela palavra falada o que os psi-cógrafos transmitem pela escrita;
médiuns inspirados, as pessoas que, em estado normal ou em êxtase, recebem pelo pensamento comunicações ocultas, estranhas às suas ideias;
médiuns musicistas, os que escrevem música ou a executam sob a influência dos Espíritos;
médiuns pneumatógrafos, os que têm a faculdade de obter a escrita direta dos Espíritos. (Vide
Pneumatografia);
médiuns sensitivos ou
impressíveis, são as pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma vaga impressão de que não se podem dar conta. Essa variedade não tem um caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressíveis. A impressionabilidade é, assim, antes uma qualidade geral que especial. É: a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual não deve ser confundida;
médiuns videntes, são as pessoas que têm a faculdade da segunda vista, ou de veros Espíritos.(Vide
Vista).
Observação – Algumas pessoas dizem no plural, os
media, como se diz
errata. Não vemos vantagem em multiplicar desnecessariamente as exceções, já tão numerosas, de nossa língua. Todos os gramáticos estão hoje de acordo em dar à maioria dos nomes estrangeiros passados para o uso da língua o sinal francês do plural. Várias palavras de terminação latina aliás estão neste caso: diz-se os "
museums,
factums,
pensums,
mémorandums", etc. Por que não dizer "médiuns"? Dizer os "
media" seria uma afetação pedante
7.
A expressão em francês é
médiums communicateurs, cuja tradução exata seria médiuns comunicantes. Preferimos chamá-los médiuns excitadores, porque a sua função é a de um motor de partida, que faz desabrochar o poder mediúnico latente no outro médium e, muitas vezes, excitar a capacidade vibratória do médium, do Espírito que deseja comunicar-se, ou de ambos, produzindo a manifestação que, diga-se de passagem, não é somente o de escrever, mas a de incorporação. N. do T. 7
Seguindo o mesmo critério em português, escreve-se
o médium (homem ou mulher), porque o vocábulo é epiceno, como
a cobra,
a onça,
o tigre (macho ou fêmea); e, no plural
os médiuns– e não
médiums, que é a forma francesa. É erro dizer
a médium e erro maior
a média, ou
d. Fulana é boa média. N. do T.