O Céu e o Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo

Allan Kardec

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5. Estabeleçamos inicialmente, como princípio, os quatro casos seguintes, que se podem ver como as situações extremas, entre as quais há uma quantidade de nuances: 1.º Se no momento da extinção da vida orgânica, o desprendimento do perispírito se operasse completamente, a alma não sentiria absolutamente nada; 2.º se nesse momento a coesão dos dois elementos está com toda a sua força, produz-se uma espécie de dilaceramento que reage dolorosamente sobre a alma; 3.º se a coesão é fraca, a separação é fácil e se opera sem abalo; 4º se, depois da cessação completa da vida orgânica, ainda existirem inúmeros pontos de contato entre o corpo e o perispírito, a alma poderá sentir os efeitos da decomposição do corpo até que o laço seja completamente rompido.

Disto resulta que o sofrimento, que acompanha a morte, está subordinado à força de aderência que une o corpo e o perispírito; que tudo o que pode ajudar na diminuição dessa força e na rapidez do desprendimento torna a passagem menos penosa; por fim, que se o desprendimento se opera sem nenhuma dificuldade, a alma não experimenta nenhuma sensação desagradável.

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