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A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo > As predições > Capítulo XVII — Predições do Evangelho > Segundo advento do Cristo. > 45
45. Jesus anuncia o seu segundo advento, mas não diz que
voltará à Terra com um corpo carnal, nem que personificará
o Consolador. Apresenta-se como tendo de vir em Espírito, na glória de seu Pai, a julgar o mérito e o demérito e
dar a cada um segundo as suas obras, quando os tempos
forem chegados.
Estas palavras: “Alguns há dos que aqui estão que não sofrerão a morte sem terem visto vir o Filho do homem no seu reinado” parecem encerrar uma contradição, pois é incontestável que ele não veio em vida de nenhum daqueles que estavam presentes. Jesus, entretanto, não podia enganar-se numa previsão daquela natureza e, sobretudo, com relação a uma coisa contemporânea e que lhe dizia pessoalmente respeito. Há, primeiro, que indagar se suas palavras foram sempre reproduzidas fielmente. É de duvidar-se, desde que se considere que ele nada escreveu; que elas só foram registradas depois de sua morte; que o mesmo discurso cada evangelista o exarou em termos diferentes, o que constitui prova evidente de que as expressões de que eles se serviram não são textualmente as de que se serviu Jesus. Além disso, é provável que o sentido tenha sofrido alterações ao passar pelas traduções sucessivas.
Por outro lado, é indubitável que, se Jesus houvesse dito tudo o que pudera dizer, ele se teria expressado sobre todas as coisas de modo claro e preciso, sem dar lugar a qualquer equívoco, conforme o fez com relação aos princípios de moral, ao passo que foi obrigado a velar o seu pensamento acerca dos assuntos que não julgou conveniente aprofundar. Persuadidos de que a geração de que faziam parte testemunharia o que ele anunciava, os discípulos foram levados a interpretar o pensamento de Jesus de acordo com aquela idéia. Assim é que redigiram do ponto de vista do presente o que o Mestre dissera, fazendo-o de maneira mais absoluta do que ele próprio o teria feito. Seja como for, o fato é que as coisas não se passaram como eles o supuseram.
Estas palavras: “Alguns há dos que aqui estão que não sofrerão a morte sem terem visto vir o Filho do homem no seu reinado” parecem encerrar uma contradição, pois é incontestável que ele não veio em vida de nenhum daqueles que estavam presentes. Jesus, entretanto, não podia enganar-se numa previsão daquela natureza e, sobretudo, com relação a uma coisa contemporânea e que lhe dizia pessoalmente respeito. Há, primeiro, que indagar se suas palavras foram sempre reproduzidas fielmente. É de duvidar-se, desde que se considere que ele nada escreveu; que elas só foram registradas depois de sua morte; que o mesmo discurso cada evangelista o exarou em termos diferentes, o que constitui prova evidente de que as expressões de que eles se serviram não são textualmente as de que se serviu Jesus. Além disso, é provável que o sentido tenha sofrido alterações ao passar pelas traduções sucessivas.
Por outro lado, é indubitável que, se Jesus houvesse dito tudo o que pudera dizer, ele se teria expressado sobre todas as coisas de modo claro e preciso, sem dar lugar a qualquer equívoco, conforme o fez com relação aos princípios de moral, ao passo que foi obrigado a velar o seu pensamento acerca dos assuntos que não julgou conveniente aprofundar. Persuadidos de que a geração de que faziam parte testemunharia o que ele anunciava, os discípulos foram levados a interpretar o pensamento de Jesus de acordo com aquela idéia. Assim é que redigiram do ponto de vista do presente o que o Mestre dissera, fazendo-o de maneira mais absoluta do que ele próprio o teria feito. Seja como for, o fato é que as coisas não se passaram como eles o supuseram.