Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1862

Allan Kardec

Você está em: Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1862 > Janeiro > Poesias de além-túmulo > Queríamos versos deberanger (Sociedade espírita do México, 20 de Abril de 1858)
Queríamos versos deberanger (Sociedade espírita do México, 20 de Abril de 1858)

Desde que deixei nossa bela pátria, vi muitas terras.

Escuto chamar-me.

Cada um me diz: “Venha, venha, por favor: nós queremos versos de Béranger”.

Deixai, porém, repousar essa musa risonha.

Hoje ela mora nos vastos campos dos ares e, para louvar a seu Deus, sua voz sempre alegre se mistura diariamente aos concertos celestes.

Outrora ela cantou em árias muito frívolas, mas seu coração era bom.

Chamando-a a si, Deus não julgou más suas palavras levianas.


Ele amava e orava sem detestar ninguém.

Se eu pude flagelar a raça capuchinha, com isso os franceses deram boas risadas.

E se o bom Deus me destinar a regressar à Terra, reservarei para eles um estribilho de troça.


Arre! Vocês me assassinam, ó gente leviana! Versos! Sempre versos!

O pobre Béranger os fez em quantidade, ao passar pela Terra.


E contra eles a sua morte devia protegê-lo.


Mas, não! Nada disso! Que se cumpra o seu destino!


Eu esperava, ao morrer, que Deus o tivesse impedido.

Do pobre Béranger assistis ao suplício, e quereis puni-lo, ai de mim! por seu pecado.


BÉRANGER

TEXTOS RELACIONADOS

Mostrar itens relacionados