Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1862

Allan Kardec

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Poesias Espíritas

Crede nos Espíritos do Senhor

Crede em nós; nós somos a centelha,

Raio brilhante vindo do seio de Deus,

Que projetamos sobre as almas novas,

Que no berço choram o céu azul.

Crede em nós; nossa chama leve,

Espírito errante pelos túmulos amigos,

Venceu o obstáculo, passou a barreira

Entre nós posta pelo Eterno.

Crede em nós.

As trevas e as mentiras

Se dispersam quando, suaves e risonhas,

Vimos do Céu deitar em vossos sonhos

O néctar, o mel e a ambrosia.

Crede em nós. Erramos no espaço

Para vos guiar. Crede em nós,

Que vos amamos...

Cada hora que passa,

Ó exilados, mais nos aproxima.



ELISA MERCOEUR

As Vozes do Céu

As vozes do Céu suspiram na brisa,

Gemem no ar, murmuram nas ondas;

Nas florestas e nos montes cinzentos

Ecoam os seus suspiros.

As vozes do Céu murmuram sob as folhas,

Nos prados, nos bosques e nos campos.

Junto à fonte onde chora contrito

O poeta de tímidas rimas.

As vozes do Céu cantam nos arvoredos,

No loiro trigo, nos jardins em flor,

No risonho azul das nuvens

Na riqueza das cores do arco-íris.

As vozes do Céu choram no silêncio.

Silêncio!

Elas falam ao coração.

E os Espíritos, cujo reino começa,

Vos levam ao vosso criador.



ELISA MERCOEUR

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